terça-feira, 19 de outubro de 2010

Solange

Ó pra lá, Santos. A sapeca da meia-noite chacinando meio mundo cum sorrisinho de canto. Ali, ou. Tá que me olha com o rabo, chamando a catástrofe pra morar dentro dela. Posso não, Deus. Tem como um desatino desses? Naquele copo não é uísque: tem baba de touro, tem sêmen de lobo. As cabeças todas feito um cardume, pra lá e pra cá seguindo o quadril dela. Faço o quê? Ave... Queria era morrer.

Debaixo do vestido tem uma arapuca quente, Santos. Ali você sabe, é um labirinto sem volta. Já pensou? Eu vou é escrever uma ópera pro umbigo dela, Santos. E vai ser em húngaro, que é a língua do Diabo. Se eu for e ela me der sumiço, dá um jeito de arrumar ajuda. Não, faz assim: chama o vigário e manda rezar o que tiver de rezar.

E pior que não é só maldade, Santos. Essa menina é toda jeito, costura gota em flor. Viu ela mandando o outro um embora? Não careceu nem de ficar bravo: o não dela é de seda. Se eu for, aposto que ela diz sim. Ela piscou, homem de Deus. Pode até ter sido um cisco da purpurina, mas ela... Purpurina não sai do pau, Santos, gruda que é um horror. Eu vou, olha que eu vou. Porra, Santos, ela vai entrar no carro do... Diacho! Foi.

Tem problema não. Semana que vem eu volto aqui no baile. Nem que seja pra gastar o ordenado todinho. Tão linda, Santos... E eu nem ligo dela ser homem.

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